Resenha - O velho e o mar


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Livro: O velho e o mar


Autor: Ernest Hemingway


Editora: Betrand Brasil


Páginas: 128

Gênero: Romance

Sinopse: Depois de anos na profissão, havia 84 dias que o velho pescador Santiago não apanhava um único peixe. Por isso já diziam se tratar de um salão, ou seja, um azarento da pior espécie. Mas ele possui coragem, acredita em si mesmo, e parte sozinho para alto-mar, munido da certeza de que, desta vez, será bem-sucedido no seu trabalho.Esta é a história de um homem que convive com a solidão, com seus sonhos e pensamentos, sua luta pela sobrevivência e a inabalável confiança na vida. Com um enredo tenso que prende o leitor na ponta da linha, Hemingway escreveu uma das mais belas obras da literatura contemporânea Uma história dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.

O Velho e o Mar é um romance de Hernest Hemingway, escrito em Cuba em 1951 e publicado em 1952. Hemingway foi um escritor norte-americano nascido em 21 de julho de 1899. Viveu grande parte da sua vida na Europa mas na década de 1930 se mudou para Cuba, onde costumava visitar frequentemente para pescar. 


O livro conta a história de um velho pescador que luta com um gigante Marlim em alto mar por entre a Corrente do Golfo. A historia tem como personagem principal um velho pescador cubano chamado Santiago. Apesar de sua grande experiência em pescas, Santiago encontra-se em uma grande maré de azar, ficando quase três meses sem conseguir um peixe. Santiago tem um jovem amigo, chamado Manolin, que incentiva o velho a persistir e continuar pescando. Na manhã do 85° dia, o velho consegue pescar um peixe, de tamanho descomunal, jamais visto até mesmo por Santiago, que dizia ter visto muitos peixes grandes em sua vida.

O peixe oferece muita resistência, e da bastante trabalho para o velho, arrastando a canoa de Santiago cada vez mais e mais para o alto mar. Santiago sofre com o sol, dificuldades para se alimentar. Depois de alguns dias, e uma luta extremamente épica, Santiago consegue finalmente matar o peixe e amarrá-lo à sua canoa. Porém, enquanto retornava a costa, sofre constantes ataques de tubarões.

“ – Mas o homem não foi feito para a derrota – disse em voz alta. – Um homem pode ser destruído, mas nunca derrotado.” - pág. 89

 Vale ressaltar a maestria de Hemmingway em sua escrita que fez uma 'simples' disputa entre um velho e um peixe se tornar uma batalha super épica de deixar qualquer leitor sem fôlego. A batalha se estende por vários capítulos e é extremamente detalhada.Você consegue realmente se sentir na pele de Santiago, as descrições usadas pelo autor são extremamente realistas, cada passo que o velho da, cada sofrimento ou ferida que ele tem, dói em você. Nesse momento de luta e dificuldades, Santiago, se queixa sempre de seus valores, e expõe muito sua opinião sobre determinados aspectos da vida de um modo geral. O velho se indaga se o que está fazendo é realmente certo, se aquilo tudo, todo aquele sofrimento valeria a pena e várias outras reflexões sobre a vida que nos levam a parar e pensar melhor, o que nós somos, e como nós agimos em relação as coisas que acontecem em nossa vida.

Depois de alguns dias, e uma batalha de tirar o fôlego, Santiago consegue finalmente matar o peixe e amarrá-lo à sua canoa. Porém, enquanto retornava a costa, achando que estava tudo resolvido e que voltaria para sua casa com um peixe enorme e intacto, sofre constantes ataques de tubarões. Que se tornam o novo e último desafio do Velho, que já estava quase que completamente esgotado. Quando finalmente consegue chegar à praia, o peixe já estava sem carne, só restava a sua espinha, e Santiago estava completamente sem forças. Os outros pescadores, vendo tamanho peixe, o maior que alguém já havia pescado, respeitam e ajudam-no, especialmente o jovem Manolin, que gostava muito do velho.

 Apesar de ter sido alvo de apreciações muito divergentes por parte da crítica, é uma obra que permanece uma referência entre os livros de Hemingway, tendo reafirmado a importância do autor em tempo de o qualificar para o Prêmio Nobel de Literatura de 1954A obra de Hemingway se caracteriza, para mim, como a busca típica dos homens de sua geração, de uma saciedade para uma vida nunca alcançada mas sempre desejada como um sopro vital. O Velho e o Mar se enquadra perfeitamente nessa persecução obstinada por um sentido para a vida. Não foram poucos os que quiseram atribuir discursos subliminares ou intenções políticas camufladas a ‘ O Velho e o Mar ’, mas Hemingway sempre foi enfático em afirmar que apenas se tratava da história de um velho pescador.

“Entretanto, o velho pescador pensava sempre no mar no feminino e como se fosse uma coisa que concedesse ou negasse grandes favores; mas se o mar praticasse selvagerias ou crueldades era só porque não podia evitá-lo. ‘A lua afeta o mar tal como afeta as mulheres’.” - pág. 25

A obstinação existencial, característica de ‘ O Velho e o Mar ’ o torna a principal obra de uma geração que sonhou com uma humanidade mais fraterna, mas que se desencantou ao extremo com a decadência dos valores humanos fundamentais, valores estes, exaltados de forma tão nítida e sutil em ‘ O Velho e o Mar ‘. Por isso essa obra maravilhosa, é um exemplar, para nossa geração e para as que estão por vir, de que a busca obstinada por um ideal, por mais simples que possa parecer, sempre é característica da mais elevada virtude.

Gabriel Suela 

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