Resenha - O Hobbit


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Por Thiago Ribeiro

Livro: O Hobbit

Autor: J. R. R. Tolkien

Editora: Wmf Martins Fontes

Páginas: 320

Gênero: Fantasia


Sinopse: Os hobbits são seres muito pequenos, menores do que os anões. São de boa paz, sua única ambição é uma boa terra lavrada e só gostam de lidar com ferramentas manuais. Este livro tem como personagem central o hobbit Bilbo Bolseiro. Ele vive muito tranquilo até que o mago Gandalf e uma companhia de anões o levam numa expedição para resgatar um tesouro guardado por Smaug, um dragão enorme e perigoso.

“Estou procurando alguém para participar de uma aventura que estou organizando, e está muito difícil achar alguém”, Gandalf

        Como fã literário de Tolkien, sou incapaz de falar de uma de suas obras sem aludir à sua criação. O que este escritor britânico fez não foram livros, não foram apenas histórias desconexas para divertir um séquito de leitores. Ele criou um mundo e deu a este mundo milhares de anos de história. Vemos cidades surgirem, sobreviverem por séculos e sumirem, Povos migrando, deuses em luta, continentes e civilizações inteiras nascendo e morrendo. E em meio a tudo isso, sim, histórias, de batalhas e guerras, amores e aventures. É em todo este quadro que se situa o livro O Hobbit: um capítulo de uma vasta História com vários milênios de duração em que um mago “convida” um hobbit a participar de uma aventura.

       Caso vocês nunca tenham sabido o que é um hobbit, pensem em um ser humano baixinho e peludo, peludo, dotado de alguma barba, certa barriga, pés grandes e também peludos que dispensam o uso de sapatos. São diferentes de anões por estes serem mais robustos, barulhentos e energéticos. Um hobbit é um indivíduo mais frágil e calmo, que aprecia tranqüilidade e conforto. Isto explica boa parte do que acontece com o personagem Bilbo, o protagonista do livro. Bilbo vive no Condado, a vila dos hobbits, e sua bela casa foi construída escavada em uma colina. Ele é eminentemente caseiro, preocupando-se apenas com o que comerá nas refeições do dia e em ter uma vida calma e confortável. Daí seu choque e aversão ao ver o mago Gandalf em frente à porta de sua casa convidando-o a uma aventura enquanto ele apenas fumava seu cachimbo numa bela manhã.

       Bilbo acaba sendo visitado por treze anos que, graças a Gandalf, pensaram que ele fosse um experiente ladrão. A aventura em questão consistia em uma perigosa viagem para tentar derrotar um dragão e recuperar não apenas um tesouro, mas principalmente o reino anão que o gigante lagarto devastara, e os anões queriam a ajuda daquele que pensavam ser um sorrateiro gatuno para a empreitada. Bilbo, apesar de relutante, aceita, movido principalmente por um certo e estranho espírito aventureiro herdado por um de seus antepassados (coisa muito estranha para um hobbit do Condado). A viagem é repleta de momentos bons e ruins que mais de uma vez colocam a vida de todos no grupo em um perigo aparentemente sem volta.

          A evolução do personagem de Bilbo é marcante. Sem nunca deixar de ser totalmente temeroso e apreciador de boas refeições, ele passa a misturar sagacidade, sorte e um anel mágico que o permite ficar invisível, que ele teve o acaso fortuito de encontrar em uma caverna, para livrar a si e a seus amigos anões de diversos problemas. É graças a isto que ele se torna o grande herói em dois momentos singulares: quando são raptados por aranhas gigantes e quando os anões se tornam prisioneiros do rei élfico da Floresta das Trevas. A estima de Bilbo dentre os anões, que já vinha tendo certa mudança da aversão inicial para um patamar bom, torna-se altamente valorizada com estes dois episódios.

         A grande viagem do grupo é repleta de altos e baixos. Ao final, superados todos os desafios e travadas todas as batalhas, os personagens retornam mudados. Bilbo, principalmente, nunca mais será o mesmo de antes: ele torna-se um sujeito sonhador, mais corajoso e que valoriza os laços com seus amigos. Ele passa a ser um estranho para os demais hobbits do Condado e alguém muito estimado por indivíduos de fora, de terras distantes, por anões, homens e elfos. Tudo por que ele aceitou participar de uma aventura e, parafraseando parte do título, esteve Lá E De Volta Outra Vez.

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